quarta-feira, 16 de junho de 2010

Copa do Mundo, Zebra e o Recife

Bom, antes que alguém ache que eu estou endoidando, eu não podia deixar de falar da Copa do Mundo, principalmente após a patética estreia do Brasil e a ridícula estreia da Espanha.

Por outro lado, eu havia me comprometido a falar de alguns problemas de Recife, então, vamos ver se eu consigo fazer esse samba do crioulo doido ter algum sentido. :)

O jogo de ontem, do Brasil, foi abaixo de qualquer crítica. Confesso que dei umas pescadas no primeiro tempo e minha esposa dormiu bem uns 15 minutos do jogo. Eita joguinho chato. Mas terminamos achando um gol quase impossível com Maicon e ainda fizemos um belo gol com Elano. O que não estava no script foi o gol norte-coreano. Mas foi bom. Aliás, estou numa dúvida danada se quero que, mesmo aos trancos e barrancos, nossa seleção (não merece ser escrita com um S maiúsculo) seja campeã em 2010. Se não mudarmos a forma de jogar, é preferível que não, para não sofremos a praga de um futebol pragmático por vários anos futuros. E logo agora que a sempre pragmática Alemanha resolveu jogar um futebol mais vistoso. Não, quero que uma Seleção que pratique o futebol arte ganhe esta Copa. A dificuldade é descobrir qual Seleção faz isso.

Pensava-se que a Espanha seria esta Seleção-arte de 2010, mas o início dela conseguiu ser bem pior que o do Brasil. Nem jogou bem, e ainda perdeu para a quase inexpressiva Suíça. A primeira zebra desta Copa, que já foi marcada por dois frangos homéricos.

Falando em zebra, em inglês a faixa de pedestre é chamada de zebra crossing - por razões meio óbvias, já que ela se assemelha a listras de uma zebra. As primeiras zebras crossing foram pintadas na Inglaterra em 1949 e lá estão até hoje. Numa zebra crossing inglessa, a prioridade do pedestre é absoluta. Não tem essa de haver uma zebra crossing com sinal de pedestre. Zebra crossing significa que o carro tem que parar e o pedestre pode passar. Logo, dificilmente se encontra uma zebra crossing numa área de muito movimento de carros e pedestres. No centro das grandes cidades inglesas, o que existem são locais para o pedestre atravessar, controlados por sinais - sem a presença do que a gente conhece como faixa de pedestre. Desta forma, é fácil colocar na cabeça de todo mundo que o pedestre tem a prioridade na faixa. A regra não comporta exceções.

Ah, no Chile também é assim. Mas aqui no Brasil, não. Pinta-se o chão como uma zebra em todos os locais (mesmo os mais inapropriados) que alguma autoridade(?) do trânsito acredita que um pedestre pode querer passar. Geralmente com sinal para os carros e para os pedestres. Ora, se tem sinal, para que a faixa? E o pior é quando o sinal não é de 3 tempos, como no cruzamento da Agamenon Magalhães com a Praça do Derby, ou no cruzamento da Mário Melo com a Cruz Cabugá (tá, lá o sinal é de três tempos, mas nenhum dos tempos é exclusivo para os pedestres). Resultado, sempre tem carro passando, e o pior, teoricamente, com o sinal mandando que ele passe. O que fazer nesta situação? Essa pergunta vale tanto para o carro, como, principalmente, para o pedestre.

Talvez pior ainda seja a faixa de pedestre que tem na Rua da Aurora, em frente ao TCE. Ela tem sinal para carro, mas não tem para pedestre!!!! Como a faixa de pedestre é relativizada pelos sinais, aqui no Brasil, o motorista sabe que se o sinal está verde para ele, ele pode passar, sem medo. Logo, ele não vai parar nesta faixa, a menos que o sinal esteja vermelho. Mas não tem nenhum sinal para o pedestre, que precisa fazer um certo contorcionismo para ver o sinal do carro. E lembrar que ele deve atravessar quando o sinal está vermelho, o que, em si, é um contra senso. Mas, enfim, coisas de nossa província.

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