segunda-feira, 26 de outubro de 2009

O Ponto de Equilíbrio


Guardar uma coisa não é escondê-la ou trancá-la.
Em cofre não se guarda coisa alguma.
Em cofre perde-se a coisa à vista.


Guardar uma coisa é olhá-la, fitá-la,
mirá-la por admirá-la, isto é,
iluminá-la ou ser por ela iluminado.


Guardar uma coisa é vigiá-la, isto é,
fazer vigília por ela, (...)
velar por ela, (...)
estar acordado por ela, (...)
"estar" por ela ou "ser" por ela.


Por isso, melhor se guarda o vôo de um pássaro
Do que um pássaro sem vôos
(...)



De certa forma eu sempre concordei com essas palavras, mesmo antes de Antônio Cícero tê-las escrito. E digo isto ao percebê-las nas mais variadas relações que mantive ao longo da vida, com pessoas e coisas.

Ao ganhar ou adquirir um bem novo, usava-o na primeira oportunidade “razoável” de fazê-lo. Aquilo que até soava exibicionismo era motivado por algo que sempre me levou a retirar imediatamente o plástico do visor do celular novinho e dos bancos do carro recém-comprado ou de concentrar todo o restinho raspado da panela de doce numa única colherada de encher a boca: a necessidade urgente de saboreá-los integralmente, percebê-los em plenitude – visão, tato, paladar... Sem obstruções.

Com aqueles seres enigmáticos que nos despertam, além dos "irrefreáveis impulsos", também ciúmes e, freqüentemente, sentimentos de posse, a necessidade era a mesma. Por mais interessantes que fossem, nunca as quis esconder como muitos. Ao contrário, buscava expor a faceta mais atraente de suas personalidades ao mergulhar de cabeça no universo ao redor delas – onde “reinavam”. Em outro âmbito, sempre estimulava o uso ou as presenteava com transparências e decotes, roupas que valorizassem seus destaques: o derrière generoso de uma, as pernas grossas de outra, os seios altivos e as belas costas da “maior”... E assim, de uma forma ou de outra, estava sempre contemplando o melhor delas.

Ultimamente, entretanto, tenho me deparado com algo bem diferente, vindo da relação com minha filha: a necessidade de controlar uma forte inclinação para hiperproteção...

É bem verdade que criei um blog para compartilhar com os amigos (e só com eles) breves e inesquecíveis momentos do primeiro ano, dos primeiros passos da vida da filhota, bem ao meu estilo.

Mas é inegável que algo me leva a nunca ter contratado uma folguista e ter enfrentado desde sempre nossos domingos e feriados a três evitando que ela tivesse contato tão próximo com quem não tínhamos intimidade; me faz receber um “certificado” do pediatra como o pai que nunca faltou a uma consulta do filho (nem a uma ultrassonografia ou mesmo consulta da mãe); ou me levou a dormir no hospital todos os dias em que minha mãe esteve hospitalizada, sem aceitar substitutos – meus olhos precisam estar lá, só meu coração não basta.

Eis, portanto, mais um desafio que percebo ter de enfrentar a partir de agora: discernir desvelo de asfixia, proteção de protecionismo, a mão que guia da que inibe os primeiros passos.

De uma coisa estou certo: não há fórmulas. Descobrirei fazendo.
E tentarei fazer o melhor, pois meus olhos as guardam a todo instante:
Estou por elas e sou por elas...

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Liberdade

Nada como a liberdade! Nesse caso estou falando de estar finalmente livre da Oi. Durante muitos anos não tive nada contra essa operadora, pelo contrário achava até que seus produtos e serviços eram revolucionários: 31 anos de ligações gratuitas, minutos que passam para o mês seguinte.

Tudo mudou quando comecei a ter que falar, perguntar, reclamar ou (coitado) cancelar qualquer serviço.

Depois de diversas idas e vindas consegui desvincular uma linha fixa do Oi Conta Total para conseguir migrá-la para a TIM, migrar meu celular e cancelar minha internet. Até uma fatura indevida de R$ 136,00 eu ganhei de presente.

Um dia, um mísero dia depois, descobri que havia sido lançado o Oi Velox Ultra. Que raiva!!!! solicitei outra linha fixa para instalar o ultra velox. Finalmente eu teria banda larga de verdade. Minha linha foi instalada dia 28 de agosto, solicitei o velox no dia 29.

Quinze dias, várias ligações para o sempre simpático telemarketing da Oi e uns vinte números de protocolo depois, finalmente instalam meu Oi Velox Ultra... Lento. Os mesmos 1Mbps de antes, sem qualquer explicação da Oi. Eu pagaria R$59,90 por 2Mbps (eu queria testar antes de pedir uma velocidade realmente alta), mas como foi instalado o de 1Mbps eu deveria pagar "só" R$ 64,90. Beleza!!! Liguei para reclamar que haviam instalado algo que eu não pedi em minha linha (afinal pedi de 2Mbps) sem que tivesse havido um contato ou qualquer explicação. Ainda tive que ouvir a educada atendente da Oi falar "senhor, a explicação eu estou lhe dando: não há disponibilidade técnica." sério?

Cancelei a Oi e liguei para a GVT que está iniciando as operações em Recife. O inferno virou paraíso: o atendimento foi ótimo. Mesmo assim, devido ao volume de vendas, a instalação do meu telefone e da minha internet foi prometido para até 20 dias. Fazer o que?

Na manhã seguinte recebi uma ligação da GVT e a instalação foi agendada para... o dia seguinte!!!! A instalação foi feita e agora tenho um link de 10Mbps por R$ 69,90.

E o melhor de tudo? a Oi virou Tchau!

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Adoro a TV DESLIGADA

Eu até que tentei, mas não consigoooooooooooooo....

Não consigo enxergar o que tanta gente vê nessa tal de TV...

Até minha sobrinha de 3 meses fica hipnotizada, mas Eu não consigo...

Não consigo passar 10 minutos concentrada numa programação qualquer...

Não consigo passar 1 minuto escutando alguém que não possa me responder um "porquê"

Eu não gosto de viver essa vida que ela mostra pra mim...

Eu não quero ficar ansiosa pelo capítulo de uma novela que não seja a minha...

Eu não quero um intervalo, a menos que eu esteja cansada...

Eu não quero deixar o melhor da série para o próximo episódio...

Eu não acredito no que ela diz, no que ela mostra...

Ela não me deixa fazer nada, me mandou calar a boca e não tirar a bunda do sofá...

Mas eu vou me levantar...

Essa TV é louca, ela não quer saber de festa...

Quer que eu assista a tudo quieta e calada...

Eu não vou entregar meu controle a ela...

"Inspirada em Xanéu Nº 5 de Fernando Anitelli "

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Temperatura

Estou aqui no Canadá, no meu penúltimo dia de viagem. Lá fora está fazendo -0,6ºC (segundo o termômetro da casa) ou -3ºC (segundo o site de meteorologia). E olha que ainda estamos no primeiro mês do outono. O inverno promete. Pelo menos, aqui dentro fazem confortáveis 23,4ºC.

Essa preocupação com a temperatura é algo que em Recife não estamos acostumados, mas que nos países mais frios é imprescindível. Para quem sente frio em Recife (algo que eu nunca entendi como é possível), temperaturas negativas parecem o fim do mundo, mas não é bem assim. Trata-se de uma questão de usar a roupa certa, o que não tem nada a ver com tendências da moda ou frescas convenções sociais, mas ter o casaco certo para a temperatura certa.

Um erro comum entre quem não está acostumado com o frio é achar que uma solução é ficar parecendo uma cebola, usando um monte de roupas, uma por cima da outra. Nada disso. Eu tenho saído de camiseta e com um casaco, apenas. Mas um casaco bom, que agüenta frio. Se estiver ventando muito, uma calça corta-vento pode ser útil, mas em geral, uma boa e velha calça jeans e suficiente. E nos pés, apenas uma meia, de preferência de material sintético e uma sapato fechado: pode ser um tênis que não seja furado, ou uma bota de caminhada, daquelas que dá para usar em Recife.

Se o frio apertar, mesmo, pode ser necessário vestir uma sobrepele, uma espécie de colant de corpo inteiro, dividido em duas peças, uma para as pernas e outra para o tronco e braços.

Também é importante um cachecol, se bem que em geral os casacos protegem o pescoço, protetores auriculares (a proteção das orelhas pode ser conseguda com aqueles gorros que um torcedor típico do Corinthians usa) e luvas. Ah, importante, luva de lã não é boa, por conter furinhos. A luva talvez seja a parte mais complicada, pois uma luva grossa nos deixa com dificuldades para operar coisas simples, como usar uma câmera fotográfica. E uma luva fina não é suficiente. Como o frio ainda não está de matar, eu tenho usado luvas finas, mas muitas vezes deixo minhas mãos dentro do bolso do casaco, para esquentá-las um pouco mais.

No mais, é torcer para não ventar, pois o que é chato mesmo é o vento. E, como um amigo meu recifense que está morando em Montreal descobriu recentemente, andar em temperaturas próximas de zero é bom, pois a gente não sente calor, nem sua.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

VIVA A CEGONHA!


“ Viver!
E não ter a vergonha
De ser feliz
Cantar e cantar e cantar
A beleza de serUm eterno aprendiz...”

Essa música não tem saido da minha cabeca desde a última sexta-feira, provavelmente porque fui pega de surpresa (adoro surpresas!) com a notícia que estou grávida novamente. Pois é, parece que estou flutuando desde aquele dia. Mas é assim mesmo. Saber que tem um serzinho (ou mais de um? Quem sabe?) crescendo dentro da gente novamente é uma sensação indescritível. Tudo bem, tudo bem, dá pra descrever umas coisinhas agora como um sono interminável, um calor fora de hora e uma fome meio louca de vez em quando. Mas, nada de anormal esses sintomas pra quem tem um filho de 2 anos (super ativo), vive numa cidade quente como Recife e é (meio) gulosa!
Por ora, vamos reaprendendo a estar grávida e curtindo cada novidade!

“Eu fico
Com a pureza
Da resposta das crianças
É a vida, é bonita
E é bonita...”