quarta-feira, 9 de junho de 2010

O SENTIMENTO UTÓPICO

Até que ponto estamos compromissados com aquele que, vez ou outra, nos encontramos, beijamos e trocamos carinhos com palavras e gestos?

Na era do “ficar” o racional deve fazer parte da mente do casal que não se compromete. Ficar para beijar, ficar para abraçar, ficar para obter apenas alguns momentos de prazer. Racionalizar o sentimento é tarefa primordial para obter uma boa ficada.

Regra n° 1: não haverá sentimentos de ciúme para com o seu parceiro “ficante”, ele não é seu nem de ninguém;
Regra n° 2: não haverá sentimento de perda, pois aquele, com quem você fica, esporadicamente, nunca se comprometeu em fazer parte da sua vida;
Regra n° 3 (talvez a mais importante de todas): não haverá cobranças com o seu “ficante”.

Somos livres e livres somos para escolhermos quem quiser. Fazer o que o momento deseja sem o peso da responsabilidade do respeito. Ops! Respeito!? Quem está falando em respeito? A liberdade de não ter compromisso não se choca com o respeito.

Mas eis um problema que nasce quando sentimentos surgem durante uma, duas ou três ficadas. Quando ambos sentem a necessidade de ficar mais e mais o racional começa a perder espaço para o inexplicável sentimento da paixão.

Mas é tão bom não ter compromisso com ninguém, não precisar dar satisfações, é tão boa a liberdade de apenas ficar! No entanto, a razão começa a se tornar distorcida e menos concreta quando o interesse aumenta. O desejo agora é outro, está mais definido e menos frio. Querer mais, sentir mais. A paixão começa assim, sem que percebamos o ficar não supre a necessidade que antes era momentânea. Será que é aí que entra o respeito?

Respeitar o sentimento, mesmo que este ainda seja um embrião em desenvolvimento, é necessário? Respeitar pelo simples fato de gostar de ficar.

O “ficador” racionaliza o coração e objetiva prazeres efêmeros e inconstantes. Quem se apaixona por esse indivíduo cria, em sua mente, a utopia de um dia ter confiança em sentimentos objetivos.

O bom mesmo é ter sonhos, planejar, almejar... sem racionalizar. Melhor ainda é fazer isso a dois e com a mesma pessoa!

2 comentários:

  1. "Quem se apaixona por esse indivíduo cria, em sua mente, a utopia de um dia ter confiança em sentimentos objetivos." Isso é que acaba com a gente que acha que "O bom mesmo é ter sonhos, planejar, almejar... sem racionalizar. Melhor ainda é fazer isso a dois e com a mesma pessoa!" Falou e disse Gataaa.... bjus

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  2. Esta é uma fase da vida que eu praticamente não vivenciei, por ter me casado muito cedo (e há 18 anos, o ficar não era tão comum, ainda que certamente já existia).

    De qualquer forma, acho que tanto a racionalização, como a não racionalização podem ser boas, ou não, como diria Caetano. Depende do momento.

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